terça-feira, 29 de julho de 2008

Mas o que seria... Filme?! The Dark Knight



Ainda me encontro sob o enfeito do novo filme do Batman, The Dark Knight (Batman - O Cavaleiro das Trevas), mesmo tendo se passado mais de uma semana desde que o assisti, por isso não esperem imparcialidade no que escreverei, se é que há imparcialidade em uma crítica de cinema, já que somos humanos e são nossas impressões pessoais sobre tal filme. Bom, deixemos de enrolação e vamos ao que interessa... o filme.
Desde seu anúncio, seguindo durante toda sua produção e pós-produção, muitas questões foram levantadas: Seria possível realizar um filme ainda melhor que seu antessessor, Batman Begins?; A interpretação de Heath Ledger para o coringa superaria a já consagrada atuação de Jack Nicholson?; A morte prematura de Heath Ledger no fim de janeiro desse ano atrapalharia a produção?



A resposta para as duas primeiras questões é sim. The Dark Knight é sim um filme muito melhor que Batman Begins, mesmo este sendo uma grande obra. Orquestrado de maneira primorosa pelo diretor Christopher Nolan (o mesmo de Begins), o filme todo é uma evolução do primeiro. Seu roteiro, escrito por Nolan e seu irmão Jonathan, eleva o grau da produção e conserta todos os, mesmo que pequenos, problemas de Begins. A produção assume um caráter de filme dramático com ação, o que a faz diferente da maioria dos filmes inspirados em HQ's. São pouco mais de duas horas e meia de filme que em momento algum se tornam cansativas. A trama envolvente do início ao fim faz com que o espectador grude os olhos na tela com medo de perder qualquer detalhe de um roteiro completamente amarrado cheio de subtramas, a todo momento no filme novos acontecimentos se desenvolvem enquanto outros estão sendo concluídos.
O filme acompanha uma Gotham City dividida entre os que gostam e querem o Batman (Christian Bale) por perto protegendo a cidade e os que preferiam vê-lo atrás das grades. Nesse momento Batman está mais do que consolidado como o protetor da cidade, o que faz com que todos os mafiosos se unam com um objetivo em comum: matá-lo. Além disso, pessoas passam a se fantasiar como ele para tentarem proteger a cidade do crime da mesma maneira, o que o leva a contestar sua influência na população. É nesse momento de extrema dificuldade para ele que surge a enigmática figura do Coringa (Heath Ledger). Seu único propósito, ao contrário da maioria dos bandidos que são movidos pelo ambição, é o de espalhar o caos por Gotham. Falando em Coringa, chegamos a segunda questão respondida com um sim. O Coringa de Jack Nicholson ainda é muito bom, mas ele se encaixa bem apenas naquele mundo criado por Tim Burton. No mundo criado por Nolan, não há espaço para brinquedos, armas que quando disparam aparecem bandeirinhas escritas "BANG", ou nada do tipo. O mundo de Nolan é o mais real possível e o Coringa concebido por ele e colocado em prática magistralmente por Heath Ledger (que merece sim um OSCAR por sua atuação) está mais do que perfeito. Aqui ele é ameaçador, louco e dono de uma psicopatia que é capaz de deixar uma cidade inteira com medo. Sua chegada a Gotham leva a um crescente caos que em certos momentos faz até mesmo Batman duvidar se poderia pará-lo. O mal representado pelo Coringa surge sem explicações como o mal do mundo, é uma força da natureza que chega sem avisar espalhando destruição e dor.

Há também no filme a figura de Harvey Dent (Aaron Eckhart, também em uma atuação invrível), o promotor público de Gotham, um dos poucos incorruptíveis na cidade e decidido a por um fim no crime. Junto com ele surge a esperança para o Bruce Wayne/Batman de que em um futuro próximo Gotham possa não precisar mais de sua proteção. Todos que conhecem a história de Batman sabem do destino de Harvey Dent... se tornar o vilão Duas-Caras.
Não tenho muito mais o que dizer sobre sua trama... a complexidade dificulta uma sinopse. Há o risco de contar detalhes que só devem ser descobertos durente sua exibição.

Voltam para o filme Gary Oldman como o comissário Gordon (o único incorruptível), Morgan Freeman como Lucius Fox (responsável pelos apetrechos de Batman e como uma consciência para o Homem-Morcego) e Michael Caine como o mordomo Alfred (que ao contrário do primeiro filme não serve apenas como escape para um humor desnecessário). Já Rachel Dawes tem novo rosto nesse filme. A atriz Maggie Gyllenhaal, substituindo a fraquinha Katie Holmes, imprime força e ousadia a uma personagem que em Begins foi apontada como um dos pontos fracos do filme.
Já a última questão levantada... a resposta é não. A morte de Heath Ledger não atrapalha em momento algum o filme. Claro que aflora uma certa vontade em algumas pessoas para vê-lo, o que não é nada ruim, mas não é o motivo pelo qual o filme deve ser visto. É cinema de primeira qualidade, no melhor estilo e com uma produção impecável.
A conclusão que chego é que 2008 dificilmente terá um filme tão bom quanto The Dark Knight. Com roteiro, direção e atuações primorosas será difícil alguem que o supere.

Trailer do filme: http://br.youtube.com/watch?v=GROmJWb-3wU







Bom... acho que é isso... quem não viu... vá... quem já viu... reveja, pois vale a pena. Não sei se está muito bom pois tinha muito a falar e pode ser que tenha faltado algo ou eu tenha me perdido um pouco... mas é apenas uma opinião descompromissada.

Abraços e bjos a todos...

Beto

6 comentários:

FeAugusto disse...

Ótima crítica, Betão! O filme, é sim, melhor que o Begins e uns dos melhores já feitos. Também acho que o Ledger merece um Oscar póstumo ^^

abraçããão!

Letícia disse...

Ó, como vou comentar esse post sem fazer outro?

Vou tentar ao extremo ser algo que ainda não sou: sucinta.

Estamos diante do melhor filme do ano ao falar de TDK. O que o Nolan fez a esse filme, em questões de técnica, produção, concepção do roteiro (brilhante, inteligentissimo, que envolve em doses diferentes o expectador), enfim, o que esse diretor fez foi transformar o super-herói mais intrigante em um marco do cinema, ainda mais do que em qualquer outra ocasião.

Você pontuou realmente o que deveria, Betow, então vou me restringir ao Joker, interpretado magistral e impecavelmente pelo nosso amado Ledger - que apesar de ter levado menininhas que nem sabem quem é o Duas Caras a assistir o filme, deixou os fãs de Batman alucinados com esse novo Joker. A falta de regras, por escolha própria do universo desse vilão by Nolan é o ponto alto, na minha opinião, pq a partir daí ele perde todo e qualquer pudor que poderia haver, antes de acabar fria e inteligentemente com a vida das pessoas. Acho o Joker, O vilão do cinema, desde quando era humoristicamente visto apenas com o Nicholson; depois que vi TDK, só posso dizer: o Joker é O vilão mais bem feito, mas encantador (pra mim é) e com a gama de matar com mais conteúdo e graça. hahaha, minha opinião macabra.

É o filme do ano, fecho com você, Ledger merece um Oscar sim, pena não estar aqui pra recebê-lo. E olha, Betow, vai ser difícil alguma franquia bater essa de Begins e TDK; ou de algum filme do gênero bater esse Batman.

*Sobre o resto, o Batman do gostoso do Bale, e o Duas Caras incrível do Eckhart, concordo totalmente com você; mesmo sem ter discordado no resto. sauhsaushau

beijo, belo post.

Anônimo disse...

Resenha a altura do filme, parabéns, concordo com vc em gênero número e grau.
É muito bom analisar esse filme pela ótica de um cinéfilo com tanta bagagem de informações. Tá no caminho certo hein... jornalistinha (dando aquele aperto na bochecha, coisa de tia)
E chega de rasgação de seda né ;)
Grande abraço!

Thaís T. Y. Ferreira disse...

excelente.

Daniela Brisola disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Daniela Brisola disse...

Ótimas resenhas(Betão e Let)
Filme sensacional, quero ver de novo!
Beijos